Os Avós de Jesus

Ana e Joaquim, sem dúvida alguma, pertenciam ao grupo daqueles judeus piedosos que esperavam a consolação de Israel, e precisamente a eles foi dada a tarefa especial, na história da salvação. Foram escolhidos por Deus, para gerar aquela que iria gerar o Filho de Deus.

Amigo leitor !! Antes agradeço por dedicar alguns minutos de seu tempo, para meditarmos juntos sobre esta reflexão tão importante, reflexão esta que nos faz voltar a um passado, talvez recente, mas que muitas vezes faz parte de nosso presente, pois carregamos ensinamentos recebidos por toda nossa vida.

Digo ensinamentos daqueles que são mais experientes que nós, daqueles que quando conceberam nossos pais, já nos desejaram… Sim, somos netos, quer dizer que fomos desejados por nossos avós.

Parece complexo, mas não é. É o ciclo da vida..

Nos tornamos filhos, depois pais e por fim avós. Que beleza é a natureza humana tão sonhada por Deus !!! Isto é família.

Se pararmos um instante aqui, sem seguir para as demais linhas e relembrarmos de nossos avós, é claro para aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-los, se recordará de muitas coisas boas, de ensinamentos, de causos (certamente foram muitos), chás, remédios caseiros, e por aí vai…

Podemos seguir

Bem, todos nós podemos dizer que temos avós, mesmo não os tendo conhecido. Será que Jesus, o filho de José e Maria teve os seus ? Certamente sim, então vamos conhece-los…

 

São Joaquim e Santa Ana

Os evangelhos não relatam em nada sobre a vida deste casal, mas a um livro apócrifo (não autêntico) escrito provavelmente no século II, chamado Protoevangelho de Tiago que fala deles, embora a Igreja sabendo que os apócrifos são livros que não foram inspirados pelo Espírito Santo, ou seja, não foram colocados na Bíblia (não são livros canônicos), mas reconhecem neles que existem algumas verdades, principalmente no campo histórico.

A Igreja ao longo dos anos, através de seus estudos encontrou neste apócrifo a menção aos avós de Jesus e a historia que é apresentado ali.

Segundo consta trata-se de uma história bonita e interessante, semelhante à história de Ana mãe do profeta Samuel. Ana conforme relatado no Antigo Testamento, era estéril e como sabemos na antiguidade uma mulher ser estéril era como uma maldição para a mulher. A mulher judia se sentia envergonhada, humilhada e sujeita a todo e qualquer tipo de exclusão por parte da sociedade da época.

Ai Ana pediu junto ao Sacerdote Eli que rogasse a Deus a graça de se tornar mãe e que se assim acontecesse ela consagraria seu filho a Deus. Ela ficou grávida e deu a luz a Samuel, grande profeta e símbolo do sacerdócio, e assim foi cumprida sua promessa diante de Deus.

Voltando para a protagonista de nossa reflexão, o semelhante aconteceu com Santa Ana, pois segundo o apócrifo de Tiago, Ana também era estéril, não conseguia ter filhos, então ela prometeu a Deus a consagração de seu filho, caso ficasse grávida e assim aconteceu, o casal Joaquim e Ana tiveram Maria, a virgem.

Cumprindo a tradição, aos três anos de idade levaram Maria ao Templo de Jerusalém para ser consagrada ao Templo e para o serviço do Templo como uma virgem consagrada, por isto que sabemos que Nossa Senhora não estava destinada ao casamento de maneira ordinária, o que acabou acontecendo com José foi um casamento especial, sem vida conjugal, porque Jesus queria ter uma família e escolheu esta família de Nazaré.

Ana e Joaquim, sem duvida alguma, pertenciam ao grupo daqueles judeus piedosos que esperavam a consolação de Israel, e precisamente a eles foi dada a tarefa especial, na história da salvação. Foram escolhidos por Deus, para gerar aquela que iria gerar o Filho de Deus.

 

Voltando um pouco na história

Sabe-se que Ana, em hebraico significa “Hanna” e significa “Graça”, pertencia à família do Sacerdote Aarão e seu marido Joaquim pertencia à família real de Davi, neste caso podemos dizer que este formava um casal exemplar, piedoso, temente ao Deus de Israel, cumpridores de todos os preceitos na lei e em tudo eram obedientes.

Infelizmente neste casal havia muito sofrimento e dor, pois devido a idade avançada de ambos, Joaquim por diversas vezes foi censurado pelo sacerdote Ruben, devido a ausência de filhos e consequentemente não deixarem descendentes. Os dois constantemente suplicavam ao Senhor esta graça. Já mencionado anteriormente, a esterilidade é atribuída a mulher, devido a falta de conhecimento sobre o assunto, então segundo consta Ana tinha um problema muito grave, pois mesmo depois de muitos anos de casada, não engravidava.

Cansado e já abatido por esta situação, Joaquim resolve se retirar para o deserto e entre muitas lágrimas e suplicas, se penitenciou clamando a Deus de seus pais a quem confiava profundamente. Enquanto Joaquim humildemente rezava com rosto no chão, o anjo do Senhor apareceu em sua frente e disse que Deus havia escutado as suas preces e que ele voltasse para casa, pois sua esposa, Ana, em breve engravidaria.

Simultaneamente o anjo também apareceu a Ana, confirmando as orações do casal e que as mesmas tinham sido ouvidas por Deus. Ela ficaria grávida em breve. Deus preparou o casal para gerarem Maria, a virgem pura concebida sem pecado.

A tradição nos ensina que Ana e Joaquim, moravam em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje temos a Basílica de Santa Ana, e foi ali que que segundo a tradição nasceu a filha deles, tão sonhada e desejada, de nome Miryan, em hebraico “Senhora da Luz”, que na tradição latina ficou “Maria”.

Segundo a tradição, no dia 08 de setembro do ano 20 a.C. o sonho deste casal se tornou realidade. Já não existia mais vergonha e humilhações, pois daquela que era considerada estéril nasceu a mãe do Salvador. Se bem entendemos São Joaquim e Santa Ana, são fundamentais na história da salvação, não só porque geraram Maria, mas pela formação e a preparação que deram a ela que se tornaria a mãe do salvador, embora tivesse renunciado à maternidade, o Pai do céu, que aceitou sua doação na totalidade, deu a Maria a graça da mais perfeita e mais santa maternidade, a maternidade divina.

 

Que alegria para aquele casal !!

Já falado anteriormente, registro novamente, Maria aos três anos foi consagrada ao serviço do Templo e lá permaneceu até completar doze anos de idade.

Pouco tempo depois de levarem Maria para o Templo, Joaquim e Ana mudaram para Nazaré da Galileia e por lá viveram por algum tempo juntos, até que Joaquim, por ter idade bem avançada, veio a falecer antes mesmo do retorno de Maria do Templo.

Com a viuvez de Ana, começaram as preocupações com a pequena Maria de Nazaré, assim que retornou do Templo, pois como ela também era de idade avançada procurava proteção e amparo para a pequena. Apareceram alguns pretendentes para a jovem, mas um chamou a atenção, tratava-se de José, homem simples e honrado, todos os admiravam pois era conhecido por ser justo. Seu oficio chamava a atenção pela arte e beleza, de fato José era especial e faria a diferença vida de Maria.

Certamente Ana fez parte dos grandes momentos da História da Salvação, não cabem nesta reflexão, mas o que podemos imaginar e até acreditar, é que Ana fez a experiência de Vovó na vida do Salvador.

Jesus experimentou a ternura e o amor de sua Vó Ana, disto não podemos duvidar.

 

A devoção aos avós de Jesus

A devoção a Santa Ana e São Joaquim é antiga no Oriente. Eles foram cultuados desde o começo do cristianismo. No Ocidente, o culto a Santa Ana vem desde o século VIII. Em 710, as relíquias de São Joaquim foram levadas de Israel para Constantinopla e, de lá, foram distribuídas para várias igrejas. A maior dessas relíquias ficou na igreja de Santa Ana, em Durem, Alemanha.

No ano de 1584, o Papa Gregório XIII fixou a data da festa de Santa Ana em 26 de Julho. Na década de 1960 o Papa Paulo VI juntou a esta data a comemoração de São Joaquim. Por isso, no dia 26 de julho comemora-se também o “Dia dos Avós”.

 

Padroeiros dos Avós

Santa Ana e São Joaquim são os padroeiros dos avós. Santa Ana também é invocada pelas mulheres que não conseguem engravidar, ela também e a padroeira da educação, tendo educado Nossa Senhora e influenciado profundamente na educação de Jesus.

Santa Ana, ela sabe dar o carinho e atenção das avós. Ela conhece o aconchego que só as avós podem dar aos netos. Por isso, recorramos a Santa Ana com confiança. Com a mesma confiança que nos aproximamos de nossas tão queridas avós para pedir as graças que precisamos e os dengos que desejamos.

 

Neste dia tão especial, dia 26 de Julho, aproveite para pedir e dar colo aos seus avós, certamente eles se sentirão muito amados, mais do que isto, se sentirão valorizados, eles são mais que merecedoras de receber todo nosso amor e carinho, afinal, os avós são considerados os nossos segundos pais.

“Coroa dos anciãos são os netos, honra dos filhos são os pais” – Provérbios 17, 6

 

FELIZ DIA DOS AVÓS A TODOS OS VOVÔS E VOVÓS !!!

 

SANTA ANA E SÃO JOAQUIM !!!  ROGAI POR NÓS

 

Bibliografia

Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2012.

Papa Bento XVI, Angelus em Les Combes (Vale de Aosta), em 26 de julho de 2009.

Papa Francisco, Angelus no Rio de Janeiro (JMJ), em 26 de julho de 2013

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